quarta-feira, 14 de maio de 2008

Como pertencer a alta competição

O desporto de alta competição é hoje reconhecido como importante factor de desenvolvimento desportivo.
O conceito de desporto de alta competição está relacionado com um elevado cariz de selecção, rigor e exigência e por isso só alguns dos melhores praticantes portugueses estão abrangidos por esse regime.
A inclusão de praticantes desportivos no regime de alta competição depende do mérito das classificações e resultados desportivos alcançados no plano internacional.
Estes praticantes são inscritos no registo organizado pelo Instituto do Desporto de Portugal, mediante a apresentação da proposta pela respectiva federação desportiva, sendo qualificados em:
Praticantes com estatuto de alta competição, quando alcançam:

. Resultados desportivos compreendidos no 1.º terço da tabela classificativa nos Jogos Olímpicos, Campeonatos da Europa ou do Mundo, no escalão absoluto, em modalidades individuais. Em modalidades colectivas, resultados desportivos compreendidos no 1.º terço da tabela classificativa nos Jogos Olímpicos ou fases finais do Campeonato da Europa ou do Mundo;. Classificações até ao 3.º lugar, em competições internacionais de elevado nível, de modalidades individuais e colectivas;

. Classificações até ao 3.° lugar, em Campeonatos do Mundo ou da Europa, no escalão etário precedente ao absoluto, de modalidades individuais e colectivas;

Praticantes no percurso de alta competição, quando:

. Participam em competições internacionais, de reconhecido prestígio, em representação da selecção nacional do respectivo escalão etário;

. Participam nos Campeonatos da Europa ou do Mundo, em representação da selecção nacional no escalão etário precedente ao absoluto;

. Obtêm resultados desportivos indicativos de probabilidade de sucesso no plano internacional.

Em virtude das particulares exigências de preparação destes praticantes, o Estado estabelece medidas de apoio ao desenvolvimento da prática desportiva de alta competição, visando proporcionar os meios necessários aos praticantes.

A participação de atletas em competições internacionais em representação da Selecção Nacional, pode não ser, por si só, condição suficiente para que estes sejam considerados de alta competição.

No entanto, a participação em provas desportivas pelas Selecções Nacionais pode proporcionar medidas de apoio semelhantes àquelas previstas para os praticantes em regime de alta competição.

Alta Competição

Segundo o decreto-lei nº125/95 de 31 de Maio, a alta competição é a prática desportiva que corresponde à evidência de talentos e de vocações de mérito desportivo excepcional, aferindo-se os resultados desportivos por padrões internacionais.
Consideram-se praticantes com estatuto de alta competição, aqueles que constarem no registo organizado pelo instituto do desporto.
Cabe às federações de cada desporto fomentar o desenvolvimento do desporto de alta competição na respectiva modalidade.
O instituto do desporto comunica, no início do ano lectivo, aos estabelecimentos de ensino a integração de alunos seus no sistema de alta competição, devem ser facultados o horário escolar e o regime de frequência que melhor se adaptem à sua preparação desportiva, pode ser admitida a frequência de aulas em turmas diferentes. Quando o período de participação em competições desportivas coincidir com provas de avaliação, estas devem ser fixadas para esses alunos em data que não colida com a sua actividade desportiva.
Nas escolas frequentadas pelos alunos em regime de alta competição pode existir um docente para acompanhar a evolução do seu aproveitamento escolar, detectar eventuais dificuldades e propor medidas para a sua resolução, podendo propor a leccionação de aulas de compensação a esses alunos. No final de cada ano lectivo deve ser elaborado pelo professor acompanhante um relatório sobre o aproveitamento escolar dos praticantes que deve ser enviado ao instituto do desporto.
Podem beneficiar de bolsas académicas, onde os praticantes da alta competição que desejem frequentar, no pais ou no estrangeiro, estabelecimento de ensino que desenvolvam modelos de compatibilização entre o respectivo plano de estudos e o regime de treino daqueles.
Os praticantes que tenham sido detentores do estatuto de alta competição podem, no prazo de 2 anos a contar da data em que tiverem deixado de ser titulares de tal estatuto, beneficiar do regime especial de acesso ao ensino superior.
Os praticantes da alta competição podem mudar de curso ou obter a transferência de estabelecimento de ensino, mediante declaração comprovativa emitida pelo instituto de desporto.
Aos praticantes da alta competição é garantido um seguro desportivo especial, tendo em conta a sua actividade desportiva.
Mas possuem deveres, são regularmente submetidos a exames, em competição ou fora dela, a verificar se se encontram sob efeito de doping. Tem que integrar as selecções nacionais quando para elas forem convocados.

terça-feira, 13 de maio de 2008

A nossa Imagem



Sofia Vicente



Sofia Vicente pratica hóquei em patins e ingressou na selecção nacional de seniores femininos de hóquei em patins em 2007, com apenas 15 anos.
Treina seis horas por semana e encontra-se no 10ºano.


Realizamos-lhe o seguinte questionário:




1 – Qual o número de horas semanais de treino?
Incluindo o jogo ao fim-de-semana, à volta de 6 horas.

2 – Quanto tempo livre tens? Como ocupas esse tempo livre?
Tenho 2 tardes livres por semana. Nesse tempo estudo e tiro algum tempo para mim, falar com os amigos, ver tv, essas coisas!

3 – Quais são as tuas expectativas desportivas para o futuro? Se as não conseguires, qual a profissão que pensas escolher?
O hóquei é algo muito importante para mim e, como tal, espero jogar ainda durante muitos anos e ter algum proveito disso, não jogar só por jogar. Mas há algo que tem que ser visto: o hóquei não é de todo uma profissão, portanto tenciono trabalhar para além de jogar. Quanto à profissão, é algo que ainda está por definir.

4 – Tens sucesso escolar?
Sucesso não diria, sou uma aluna média. O 10º ano, comparativamente aos anteriores, tem um nível de exigência maior.

5 – Consegues conciliar os estudos com a prática desportiva?
A prática desportiva não tem que interferir negativamente nos estudos. É necessário um esforço acrescido, mas nada que não se faça. Quando há objectivos, há sucesso!

6 – Concordas com a prática desportiva como profissão?
Sim, concordo. Acho que cada pessoa tem o seu talento, talento esse que pode ser qualquer um. A prática de um desporto não deveria ser excepção. Se é esse o brilho de uma pessoa, que possa demonstrá-lo.

7 – Achas que o reconhecimento do público do hóquei em patins praticado ao nível da alta competição está ao mesmo nível dos outros desportos?
Em Portugal, infelizmente, praticamente só o futebol é que tem o devido reconhecimento. O hóquei em patins, bem como outros desportos, anda um bocado à deriva. Nos meios de comunicação pouco se fala desta modalidade. E mesmo a assistência aos jogos não é nada quando comparado com o futebol.

8 – Conheces as normas relativas às bolsas de estudos? Estas a usufruir dessas bolsas?
Ainda não conheço bem essas normas, mas de qualquer das maneiras não estou a usufruir delas.

9 – Para ti como se constrói uma atleta de alta competição?
Essa pergunta é complexa. Acima de tudo, para além da aptidão, é preciso lutar. Lutar é a base para se atingir um objectivo! Dedicação, persistência, esforço, entre outras, são qualidades essenciais. Depois há uma série de factores que também poderão influenciar este percurso: o atleta tem que se sentir motivado, quer pela sua própria auto-estima, quer pelo apoio e confiança que os outros depositam nele. Está nas mãos de cada um. Tem que se acreditar, lutar e não desistir à primeira dificuldade! E esforço... como em tudo na vida.

10 – Foi sempre um sonho teu ser atleta de alta competição?
Sim, foi sempre o meu sonho, e é com isso que tenho lutado ao longo da minha época desportiva. É bom termos os nossos sonhos e poder lutar por eles, saber que de alguma maneira podemos realizá-los. Ao longo desta época desportiva vou colocando objectivos em mim, objectivos alcançáveis, onde posso crescer e chegar onde sempre sonhei. Esforço e dedicação, são as palavras para alcançar o sonho!

11 – O hóquei em patins é um desporto que inclui várias vertentes. Como é a tua preparação para uma grande competição?
Acho que podemos considerar dois tipos de preparação: em termos físicos e psicológicos. Em jogos para o campeonato, a minha preparação física é essencialmente nos treinos semanais, de sapatilhas e de patins, onde adquirimos tanto resistência física como táctica de jogo. Quando entro em competições nacionais a minha preparação é mais rigorosa e é controlada pela equipa que nos treina. Para além desta preparação, há outras vertentes que também considero importantes: o descanso e a motivação! Tento ir para os jogos com força para vencer, porque acho que é importante para se fazer um bom jogo.

12 – Para atingir este nível, tiveste de abdicar de algumas coisas? Alguma vez te arrependeste por ter enveredado por este caminho?
Não tive de abdicar de muitas coisas. Tenho menos tempo livre, é verdade. E o sucesso escolar é um bocado influenciado pela falta de tempo. Mas não considero que o desporto possa representar qualquer obstáculo. Com esforço, como já disse, tudo se consegue. E não, nunca me arrependi de ter seguido este caminho... É isto que eu gosto de fazer e me faz feliz!

Cláudia Rego



Cláudia Rego, foi considerada a atleta do ano em hóquei feminino pela federação de patinagem de Portugal.
Com 24 anos, tem já um percurso importante no hóquei em patins.


Está a terminar o curso de “Contabilidade e Gestão”.

Diogo Ganchinho



Diogo Ganchinho tem 20 anos, é um atleta dos trampolins e acaba de alcançar um feito que muitos sonham, foi apurado para os jogos olímpicos 2008 em Pequim.


O Diogo já possui títulos de Campeão do Mundo e da Europa.


Está ainda no 12ºano, porque se enganou no curso. Agora encontra-se a acabar Química.


Em relação à possibilidade de conciliação da alta competição e os estudos diz que com empenho e a colaboração dos colegas e dos professores tudo se concilia.
Sonha em trabalhar num ramo ligado com o jornalismo, televisão, rádio ou comunicações empresariais, já que em trampolins não existe possibilidade de ter vida em termos financeiros.

Telma Monteiro



Telma Monteiro pratica judo e é uma atleta de alta competição.
Treina por volta de 3 a 4 horas por dia.
Ingressou no curso “Desporto e Recriação” em Setúbal, mas para conseguir conciliar o treino e os estudos, inscreveu-se na faculdade de Motricidade Humana próxima do Centro de Jamor.
Segundo a atleta, em relação aos estudos e a pratica desportiva, põe com prioridade o judo e diz que:“tem sido muito complicado conciliar as duas coisas mas tento gerir o meu tempo da melhor maneira possível”.

Vanessa Fernandes



















Vanessa Fernandes, pratica triatlo, é possuidora de títulos Mundiais e Europeus e é um dos talentos de Portugal.
Desde os 15 anos que reside e passa a maioria do seu tempo no centro de Alto Rendimento do Jamor.
Vanessa abandonou os estudos depois de concluir 10ºano.



Tendo de optar entre a alta competição ou a escola, escolheu o desporto.



Como qualquer atleta de alta competição, tem treinos personalizados e com grandes cargas:
–Começa por nadar (5km) das 6h15 às 8h
–Por voltas 10h pedala durante 2 a 3 horas
–À tarde corre durante 1 hora ou 1h30min
–Por vezes ainda vai ao ginásio
–(Os treinos dependem da altura da época e das provas)‏



Segundo ela o desporto de alta competição e a escola é muito difícil de compatibilizar, é da opinião que: "Se queres ser mesmo bom a alguma coisa tens que te dedicar a 100 por cento".



Em relação a alta competição Vanessa diz que Portugal ainda esta muito distante da alta competição e que por enquanto ainda não se da o devido valor aos atleta e aquilo que eles conseguem fazer.

domingo, 11 de maio de 2008

Centro de Alto Rendimento do Jamor

Como gostámos da experiência de conhecer a Academia do Sporting, fomos pesquisar sobre outra instituição que acolhe atletas e encontramos o Centro de Alto Rendimento do Jamor.
Este, ao contrário da Academia do Sporting, recebe atletas de todas as modalidades que pertencem à alta competição.
O Centro de Alto Rendimento do Jamor recebe e prepara atletas para a participação em provas internacionais, com os Jogos Olímpicos.
Também nesta instalação estão presentes as condições necessárias para ter sucesso tanto desportivo como nos estudos.
A campeã de triatlo Vanessa Fernandes e o vice-campeão Joaquim Videira são actualmente os mais ilustres dos 40 “moradores” do CAR do Jamor.

Academia do Sporting

No dia 30 de Janeiro de 2008, visitámos a Academia do Sporting em Alcochete.
· Esta é a melhor Academia da Europa;
· A academia contém cerca de 200 atletas externos e internos;
· Até à data existiam 6 equipas: uma de juniores, duas de juvenis e três de iniciados;
· Treinam para um dia serem atletas de alta competição;
· Há uma preocupação na formação do homem, além da formação de um bom atleta;
· Existe um quadro de honra, onde os atletas são avaliados pela assiduidade, pontualidade, fairplay, resultados académicos e atitudes:
- O 1º acompanha a equipa profissional num jogo fora do país;
- O 2º acompanha a equipa profissional num jogo em Portugal;
- O 3º acompanha a equipa profissional num jogo em Alvalade.

Os atletas possuem uma sala de convívio, onde podem jogar snooker, matraquilhos, playstation e vêem televisão nos tempos livres.

Esta academia contém boas instalações: possui posto médico, bar, auditório, cozinha, 136 camas, sala de estudo, gabinete psicopedagógico, refeitório, biblioteca, ginásio, balneários, 5 campos com relva natural e um com relva sintética, entre outras instalações.

Se queres saber mais coisas sobre esta academia, visita o site http://www.centenariosporting.com/index.php?content=1541.